Oportunidades para a construção civil diante da crise do novo coronavírus

Última atualização: 18/05/2020 | 9 min. de leitura

Diante de momentos de crise é importante pensar em alternativas que gerem resultados positivos para as empresas a curto e longo prazo. Entender oportunidades diante da crise e agir sobre elas trará vantagens competitivas dentro do setor da construção civil.

Por Marcel Ribeiro
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A pandemia causada pelo coronavírus trouxe grande impacto sobre a economia mundial e nacional. Por se tratar de um país com sérios problemas econômicos, o Brasil vem buscando medidas para minimizar os efeitos negativos. Todos os setores foram atingidos, incluindo a construção civil. Como houve suspensão de diversas atividades, naturalmente, as empresas foram prejudicadas, gerando transtornos para empregadores e funcionários. Dessa forma, é possível aproveitar oportunidades mesmo diante da crise.

Em algumas partes do país, profissionais como eletricistas, pedreiros, engenheiros e outros trabalhadores do setor permanecem na ativa. No Distrito Federal, por exemplo, o governador excluiu da suspensão alguns serviços, envolvendo empresas da construção civil e materiais de construção.

Ainda que a quantidade de obras tenda a cair, é possível aproveitar chances em outros segmentos do mesmo setor. Continue a leitura e veja como fazer isso e conseguir lucrar, contornando a fase difícil que estamos atravessando!

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Qual era o cenário antes da pandemia?

Em 2019, as empresas de construção civil conseguiram uma alta relevante: mais de 106% na Bolsa de Valores, a maior alta do setor no Ibovespa. Depois de uma fase complicada, a área estava retomando um posicionamento de destaque na economia nacional. De 2013 a 2018, foram anos difíceis, ou seja, foram cinco anos até a reabilitação e haviam esperanças para 2020.

É o caso da Tecnisa. Depois de anos de empreendimentos que falharam, a empresa planejava muitos lançamentos para 2020, representando mais lucros até 2021. Mas a maior parte deles foi adiada. É importante destacar que adiar lançamentos é uma decisão que envolve custos significativos para o negócio. Isso porque houve investimento no terreno e o projeto foi aprovado.

Qual é a determinação do governo em relação à construção civil?

Já vimos que, no Distrito Federal, o governo liberou as obras de construção civil, gerando oportunidades para empreendedores do ramo. Assim, as obras continuam e os trabalhadores estão se deslocando até o local de trabalho. Contudo, as empresas estão tomando os cuidados necessários para evitar a contaminação por meio de ferramentas e contato humano. O governo afirmou que não existem registros de casos de contágio e que trabalhos ao ar livre oferecem riscos menores de contaminação.

São Paulo

Em São Paulo, o governador João Dória também manteve a continuidade das obras de construção: metrô, hospitais e prontos-socorros, ferrovias e rodovias, obras em andamento que atendem às necessidades do povo, obras de recuperação fundamentais para garantir o funcionamento adequado das cidades e obras de manutenção. Para evitar aglomerações de operários, o Sindicato da Construção de São Paulo definiu medidas como flexibilização da jornada de trabalho e férias individuais e coletivas.

Santa Catarina

Em Santa Catarina, o governador Carlos Moisés liberou as obras privadas no estado. A Portaria 214 oficializou a decisão no Diário Oficial do Estado e entrou em vigor no dia 2 de abril. Para evitar a contaminação, devem ser seguidas regras de distanciamento, e pessoas que pertencem aos grupos de riscos estão liberadas. Para a decisão de retomada, foi feita uma reunião do Núcleo Econômico, que envolve, entre outros, a equipe do governo estadual e representantes do Ministério Público e da Federação dos Municípios (FECAM).

A portaria ainda permite o funcionamento de casas de materiais de construção, ferramentas, material elétrico, ferragens, cimento, vernizes, tintas, materiais para pintura, granito, mármore, vidros, espelhos e outros itens que compõem a cadeia produtiva do setor.

A Câmara Brasileira da Indústria Civil (CBIC), receosa de que o setor voltasse a cair depois de sua recuperação, informou as medidas do governo federal para que seja possível enfrentar a crise do coronavírus, como o uso de 100% do FGTS para financiar a faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida e a retomada de obras públicas já iniciadas.

O governo também garantiu, depois de reunião com representantes da Caixa Econômica Federal e DNIT, que vai pagar as obras que já foram contratadas.

Como a China incorporou o setor no combate ao coronavírus?

A construção de hospitais foi uma forma que os empreendedores do setor encontraram de driblar a crise na China. Atualmente, o país é um dos líderes no mundo em fábricas inteligentes (smart factories). Essas fábricas usam tecnologias como robótica, IoT (internet das Coisas) e 5G, que otimizam a eficiência da produção.

A indústria 4.0 se transforma em uma aliada do setor de construção, tornando mais rápida a conclusão de obras. Como, por exemplo, o Hospital Huoshenshan, cuja execução levou somente 10 dias, um prazo muito curto. Para sua construção, em Wuhan, aplicou-se a técnica de módulos (construção pré-fabricada) baseando-se na planta de uma obra feita em 2003.

Com a planta pronta, levou-se o projeto ao sistema que integra todos os equipamentos de uma fábrica e começou a produção com agilidade. A fábrica produzia os módulos que eram conduzidos para o canteiro de obras.

A tecnologia está transformando o setor na China e no mundo todo. No Brasil, porém, muitas empresas da área ainda não usam tecnologias disruptivas em seu trabalho.

Quais oportunidades o momento traz?

A verdade é que a construção civil não parou e continua nos lugares em que há permissão. O importante é respeitar as recomendações, adotando soluções que evitem aglomerações no canteiro de obras, transporte e alimentação nos refeitórios.

As construtoras podem aproveitar a flexibilidade na lei para atuar na retomada de obras já começadas. Como no caso das reformas e construções de hospitais e unidades de saúde (efetivos ou temporários), na infraestrutura de rodovias e ferrovias, por exemplo.

Diante desse cenário, prontos-socorros estão sendo improvisados para abrigar uma demanda mais alta, e outros para prover demandas futuras. É importante identificar essas e outras oportunidades para trabalhar na geração de renda.

Como organizar as finanças do setor de forma prática?

Com a crise desencadeada pelo COVID-19, torna-se ainda mais necessário tomar cuidado com as finanças. É fundamental reduzir ao máximo os gastos e os desperdícios. Nesse sentido, a automação desse controle é uma boa opção.

Um bom aplicativo on-line pode ajudar, reunindo as diferentes funcionalidades que uma administração financeira eficiente requer. Além do custo-benefício, a praticidade permite controle com mais mobilidade, e a automação reduz falhas que geram prejuízos ao negócio.

Ações que podem ajudar a sua empresa a se preparar melhor para o mercado:

A consultoria McKinsey listou algumas ações que podem beneficiar a sua empresa durante esse momento de crise e que trarão resultados positivos para o futuro pós pandemia. São dicas simples de se implementar que outras empresas ao redor do mundo já estão utilizando:

Acelere o lançamento e a adoção da digitalização

Não há tempo para ficar planejando o roteiro perfeito. As empresas devem habilitar e executar casos de uso remoto comprovados. Para os empreiteiros, isso significa o aumento da colaboração remota nos estágios de produção, usando modelos digitais ou incentivando o mínimo de pessoal nos escritórios.

Distribuidores precisam repensar seu modelo de atendimento com o mínimo de interações físicas. Afinal, isso se torna viável em modelos de e-commerce em que as equipes lidam com contratos, vendas ou pedidos de clientes remotamente, utilizando ferramentas digitais. 

Os consultores de engenharia podem fortalecer sua capacidade BIM e outras ferramentas de colaboração.

Invista na cultura e nas habilidades necessárias para operar no futuro

Equilibrar desempenho e satisfação da equipe é fundamental a qualquer momento – e é muito mais importante nesses tempos turbulentos. Esse é um bom momento para capacitar a equipe de trabalho e proporcionar treinamentos em novas ferramentas e tecnologias e procedimentos operacionais. 

Portanto, essas atividades beneficiam os funcionários, incentivando um maior envolvimento e trazendo resultados positivos para a empresa de maneira geral.

Reforçar a cadeia de suprimentos

Analisar sua cadeia de suprimentos em busca de vulnerabilidades devido à pandemia é vital; bem como procurar opções de fortificação. 

Ações como criar inventário, identificar canais de distribuição e recrutar mão de obra direta para substituir os subcontratados são exemplos de práticas para fortalecê-la. Isso pode levar a uma maior estabilização e integração vertical da cadeia de valor. A fim de não só para minimizar riscos, mas também para impulsionar a produtividade. 

É fato que práticas de contratação fragmentada, muitas vezes, impedem mudanças em larga escala nas maneiras de trabalhar e implementação de ferramentas digitais.

Aproxime-se dos clientes

As preferências e costumes do cliente estão passando por mudanças significativas. Ainda não está claro quais outras mudanças surgirão, mas podemos presumir que muitas delas irão se consolidar nas preferências do cliente. 

Portanto, é mais importante do que nunca ficar perto dos clientes atuais (e futuros). Isso porque é importante ter como principal fator na tomada de decisões o que é significativo para os clientes. 

Portanto, pode-se se fazer o contato com seus clientes por meio da troca de feedbacks e coleta de depoimentos, por exemplo.

Conclusão

Enfim, a construção civil não deve parar por causa do coronavírus, e os gestores precisam identificar e criar as melhores oportunidades. Prevenindo-se assim contra uma recaída no setor e nas finanças individuais da empresa.

Usando um software de gestão online, é possível ter maior flexibilidade na operação. Assim, você otimiza  o orçamento e o planejamento de obras, o cronograma físico-financeiro, o controle de compras e a organização financeira de pagamentos e recebimentos.

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