Cronograma físico financeiro de obras: o que é e como fazer?

Última atualização: 08/05/2025 | 13 min. de leitura

A cada dia, o controle de custos precisa ser mais exato. Em projetos, o desembolso, andando junto ao avanço físico da obra, ajuda a empresa a ter mais controle sobre o fluxo de caixa do empreendimento. Dessa forma, evita-se que os custos do projeto, juntamente ao prazo, saiam do controle do gestor. Esse conjunto de informações, aliadas às experiências passadas, ajudam a elaborar o cronograma físico-financeiro de obras.

Por Marcel Ribeiro
imagens de um cronograma físico-financeiro
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Realizar um bom planejamento do Cronograma físico financeiro de obras já é um grande passo para o sucesso do empreendimento.

É preciso que todas as fases do projeto — iniciação, planejamento, execução, controle e encerramento — sejam desmembradas e detalhados.

Assim, é possível evitar surpresas negativas e a elevação do custo global do escopo durante o caminho. Essas rotinas podem ser melhor visualizadas através do uso de ferramentas como o cronograma físico financeiro de obras.

Por isso, elaborar um cronograma físico-financeiro de obras é uma excelente forma de associar gestão de custos com gestão de prazos.

Por ele, é possível visualizar os prazos de execução das etapas do projeto e os seus respectivos desembolsos financeiros.

Durante a execução da obra, o Cronograma Físico-Financeiro servirá como referência para o gestor acompanhar os custos e prazos planejados. Quer entender mais sobre cronograma de obras e aprender como elaborá-lo? Continue a leitura e descubra mais.

Neste artigo você vai aprender sobre:

  • Como diferenciar o cronograma físico e o cronograma financeiro
  • Como elaborar um bom cronograma físico financeiro
  • Qual a importância do cronograma de obra
  • Como um software de gestão pode ajuda

Qual a diferença entre o cronograma físico e o cronograma financeiro?

Cronograma físico

O cronograma físico é o avanço esperado da obra em si. Após a definição do escopo entre contratante e contratada, durante a fase de planejamento, ele é elaborado com base nas etapas de trabalho, já definidas.

Este cronograma trabalha com um detalhamento maior da periodicidade de execução das etapas, que são divididas, normalmente, em semanas.

Durante sua concepção, são levantados dados históricos de trabalhos semelhantes já realizados e levado em conta seu tempo de duração.

Nessa fase, o prazo de execução de cada atividade é a informação mais importante para sua completa elaboração.

Com a evolução física da obra, o cronograma provavelmente sofrerá algumas alterações. Deverá surgir, então, um segundo cronograma, o Realizado Vs. Planejado. Por ele, será possível verificar o caminho que o projeto está percorrendo.

Quanto mais bem-feito o planejamento, mais semelhanças serão os dois cronogramas. Caso haja muita diferença entre eles, o planejamento pode ter sido falho ou a obra pode não estar se desenvolvendo no ritmo necessário.

A visão realizada versus a planejada ajuda o gestor a economizar recursos e a tomar ações corretivas caso necessário.

Cronograma financeiro

O cronograma financeiro representa o quanto a organização espera desembolsar durante o andamento do projeto.

Ele também é elaborado durante a fase do planejamento e tem como base principal o orçamento de custos do empreendimento.

Com as atividades já definidas, é preciso levantar os custos para planejar a alocação dos recursos necessários para que a etapa seja entregue.

Desta forma, é possível aumentar a produtividade da equipe, o que reduz o custo com hora parada.

Durante a execução do empreendimento, novamente, é essencial observar se o planejamento financeiro elaborado está coerente com o desembolso real.

Se ambos não apresentarem grandes divergências, significa que o cronograma financeiro foi bem-feito. Caso contrário, é preciso tomar ações corretivas o mais rápido possível, a fim de evitar prejuízos financeiros no projeto.

O que é um Cronograma Físico Financeiro?

O cronograma físico-financeiro agregará o avanço físico da obra e o quanto foi gasto até ali.

Por ele, será possível fazer um bom controle de custos, pois os desvios no orçamento serão observados previamente, permitindo, assim, uma rápida ação de contorno.

Ele ajudará também, na alocação de recursos como mão de obra, materiais ou equipamentos. Logo, evita-se um aumento de custos por uso ineficaz ou alocações insuficientes.

Atente que a produtividade pessoal é diretamente proporcional à alocação correta de pessoas e insumos para a realização do trabalho.

Coordenar um empreendimento é um desafio diário.

O cronograma físico-financeiro de obras otimizará o tempo do gestor durante o monitoramento e o controle do projeto.

Além disso, também ajudará a reduzir custos, mostrando como está o comportamento deles em relação ao avanço físico do empreendimento.

Isso permite ao gerente tomar atitudes corretivas ou de contingência mais cedo, evitando uma possível falta de caixa no projeto.

O que é avanço físico?

O avanço físico representa o quanto da obra já foi executado em relação ao que foi planejado.

Ele é medido em porcentagem e está ligado à conclusão das atividades previstas no cronograma, como fundação, alvenaria, instalações, acabamento, entre outras.

Por exemplo: se 60% das etapas da obra já foram concluídas, o avanço físico será de 60%.

Esse acompanhamento ajuda a identificar se a obra está dentro do prazo ou se há atrasos, facilitando o replanejamento, quando necessário.

O que é avanço financeiro?

O avanço financeiro mostra o quanto já foi gasto (ou investido) na obra em relação ao orçamento total previsto. Ele também é representado em forma de porcentagem e permite entender se os pagamentos estão acompanhando a execução física da obra.

Por exemplo: se o orçamento total é de R$ 500 mil e já foram gastos R$ 300 mil, o avanço financeiro é de 60%.

Essa métrica é essencial para garantir o equilíbrio entre gastos e progresso da obra, evitando estouros de orçamento e falta de recursos em etapas críticas.

Como um software de gestão pode ajudar com o Cronograma Físico Financeiro?

A tecnologia é uma ótima ferramenta na elaboração do cronograma pois não se faz necessário utilizar muitas planilhas para gestão de obras.

Com o amadurecimento da empresa se faz cada vez mais necessária a integração entre as áreas de obra e administrativas.

Nesse contexto, as planilhas acabam se tornando muito complexas e não cruzam informações para geração de dados.

Cronograma Físico-Financeiro

O Cronograma Físico-Financeiro do Mais Controle, por exemplo, é uma importante ferramenta de planejamento de desembolsos financeiros ao longo da obra.

Você pode fazer o seu CFF integrado ao Orçamento de forma simples e rápida e tenha mais previsibilidade financeira na sua obra.

  • Integração com orçamento
  • Períodos personalizados
  • Gráfico de Curva S

Curva ABC

Com o Mais Controle você gera o relatório da Curva ABC e visualiza todos os insumos necessários para a execução da obra por ordem de importância e saiba onde buscar economia. 

  • Totalmente integrado com orçamento
  • Visão por insumos e composições
  • Visão geral ou por etapa

Curva S

A curva S representa a previsão de desembolso da obra por período. Ela informa o quanto se espera desembolsar durante o andamento da obra.

Quer ter a facilidade de gerenciar cronogramas de obra e ter tudo isso de forma totalmente visual e automática?

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Como montar um bom cronograma físico financeiro de uma obra?

Construa a Estrutura Analítica do Projeto – EAP

Construir a EAP ajudará a verificar se todo o objeto contratado está contemplado. Dividir todo o escopo do projeto em etapas e serviços é o primeiro passo para se elaborar um bom cronograma, ainda que ele não seja físico-financeiro.

Com os pacotes de trabalho definidos, será mais fácil mensurar os valores e prazos das etapas necessárias para execução e entrega. Lembre-se que a soma dos prazos e custos de cada pacote tem que estar alinhada aos prazos custos globais. Assim, todos os pacotes juntos contemplarão todo o escopo!

Sequencie as atividades

Sequencie as etapas na ordem de desenvolvimento do projeto. Não se esqueça de que haverá, durante o andamento da obra, pacotes de trabalho interdependentes. Ou seja, é necessário que alguma etapa se inicie ou termine para que outra comece. Essas relações de dependência são fundamentais para a montagem do cronograma.

Atividades dependentes precisam ser constantemente monitoradas! Isso porque o atraso em alguma tarefa gera um efeito dominó, podendo levar ao atraso da entrega da obra.

Estime prazo e custo

Cada etapa necessária para entregar o pacote de trabalho deverá ter um prazo e um custo. É essencial fazer esse trabalho para todas as atividades do projeto.

Ou seja, lembre-se do custo dos recursos externos e internos que serão alocados nas atividades. Contanto que o número de recursos alocados para a execução de uma determinada tarefa não ultrapasse o ponto ótimo de produtividade.

Na maioria dos casos, quanto mais recursos, menor o prazo de entrega e vice-versa.

Cabe ao gestor fazer estudos de quando será viável alongar o prazo com menos recursos, ou encurtá-lo, alocando mais insumos.

Em ambos os casos, é preciso ficar atento ao custo que a escolha gerará. Assim, mesmo economizando nos recursos, o aumento de prazo gera, intrinsecamente, um aumento de custo.

Elabore o cronograma físico financeiro de obras

Munido de todas as informações acima, seu cronograma físico estará pronto. No entanto, alguns ajustes podem ser necessários para otimizar tempo ou reduzir custos.

Escolha a sua ferramenta de controle de cronograma e vá para o campo! Comece a executar!

Exemplos de cronogramas físico-financeiros para diferentes tipos de obras

O cronograma físico-financeiro pode variar bastante de acordo com o tipo e porte da obra. Veja abaixo alguns exemplos simplificados para entender como ele se adapta a diferentes cenários:

1. Obra residencial unifamiliar (casa térrea)

EtapaMês 1Mês 2Mês 3Mês 4Mês 5Peso (%)
Fundação100%15%
Estrutura100%20%
Alvenaria e cobertura50%50%20%
Instalações elétricas/hidráulicas50%50%15%
Acabamentos50%50%30%

Duração estimada: 5 meses
Investimentos crescentes nos meses finais, com maior concentração nos acabamentos.

2. Prédio multifamiliar de pequeno porte (até 4 andares)

EtapaTrimestre 1Trimestre 2Trimestre 3Trimestre 4Peso (%)
Terraplanagem e fundação100%10%
Estrutura50%50%20%
Alvenaria, lajes e rebocos50%50%25%
Instalações e esquadrias70%30%20%
Acabamento interno/externo100%25%

Duração estimada: 12 a 14 meses
Os maiores custos e execuções se concentram entre o 2º e 4º trimestres.

3. Obra comercial (loja ou galpão)

EtapaSemana
1-2
Semana
3-4
Semana
5-6
Semana
7-8
Peso
(%)
Limpeza do terreno e fundação100%10%
Estrutura metálica100%20%
Alvenaria e fechamento100%25%
Instalações50%50%20%
Acabamento e fachada100%25%

Duração estimada: 2 meses
Cronograma mais compacto, com várias etapas simultâneas para garantir agilidade.

Com o Mais Controle, você pode montar cronogramas personalizados para cada obra, com pesos, prazos e responsáveis definidos.

Além disso, o sistema atualiza automaticamente os avanços físicos e financeiros conforme a obra evolui.

Qual a importância do cronograma de obra?

O cronograma físico-financeiro descreve a sequência de etapas e serviços, bem como o desembolso financeiro da obra.

Dessa forma, ele define a efetivação do trabalho e o gastos financeiros daquele período.

O cronograma de obras apresenta as mais diversas vantagens.

É possível destacar o planejamento de compra  de materiais e priorização e monitoramento das tarefas, prazos e orçamentos.

Ele é importante pois gera dados que auxiliam os responsáveis a realizar o trabalho acordado no momento da contratação. Para estruturar corretamente a ferramenta, é necessário contar com algumas informações prévias:

  • Sequenciamento de atividades
  • Custos dos serviços
    • Disponibilidade de mão de obra
    • Compras e logística de materiais
    • Disponibilidade de equipamentos
  • Prazos dos serviços.

A Curva S

A curva S é uma maneira eficaz de apresentar informações gerenciais para monitorar projetos. A representação gráfica permite visualizar o contraste entre o gastos planejados e os efetivados simultaneamente.

Essa curva exibe os gastos de todo o ciclo de execução, possibilitando o desenho das estratégias para utilização. No começo da obra, é comum ocorrer desembolsos menores, mas à medida que as partes do escopo são entregues, os gastos tendem à aumentar com progresso das atividades.

Na fase final ocorre uma estabilização financeira e física. Esse é o motivo do nome “curva S”, pois os desembolsos financeiros correspondentes à evolução da obra revelam a regularidade na maioria das vezes.

O realizado

O realizado se associa aos gastos que já foram desembolsados ou já estão comprometidos com algum pagamento. Costumam-se realizar a organização dessas informações mensalmente, mas pode fazer em períodos mais longos (bimestralmente ou trimestralmente). Nesse caso, deve-se realizar as análises comparativas de acordo com a periodicidade de elaboração do cronograma.

O planejado e o realizado

Depois do planejamento definido, e desembolsos e tarefas conhecidos, as informações obtidas serão suficientes para construir a Curva S.

Dessa forma, o planejado e o realizado devem estar no gráfico do software, revelando os desvios do projeto. A avaliação gráfica possibilita visualizar as condições do projeto e é uma fonte confiável para um processo decisório mais seguro.

Quem pode usar a curva S

Pode-se utilizar a curva S pode por construtoras de obras particulares ou obras públicas, gestores de obras por administração, investidores da construção entre outros.

Tenha em mente que o cronograma físico-financeiro é um grande aliado na fase de controle de execução do empreendimento.

Dessa forma, quando bem montado e alimentado, poupará tempo e otimizará recursos, ajudando a organização, e na visibilidade dos custos.

Em conclusão, você aprendeu como elaborar um cronograma de obra civil físico-financeiro e como ele pode ajudá-lo.

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