O que é plano de rigging? Entenda sua importância na segurança em construções

Você já parou para pensar nos riscos envolvidos no içamento de cargas pesadas em uma obra? Um simples erro no planejamento pode causar acidentes graves, atrasos e prejuízos financeiros. É aí que entra o plano de rigging, documento essencial para uma movimentação de cargas mais segura e eficiente.

Neste artigo, você vai descobrir o que é um plano de rigging e por que ele é tão importante, quais informações não podem faltar nesse documento, quem deve elaborá-lo, quando ele é obrigatório, e muito mais. Continue a leitura para ficar por dentro do assunto!

O que é um plano de rigging?

Imagine que você precisa levantar uma peça de toneladas, posicioná-la num local específico e ainda garantir que ninguém saia machucado. O plano de rigging é justamente o “roteiro” que detalha como isso será feito. Ele inclui:

• as características da carga, como o peso exato, as dimensões e, principalmente, onde está o centro de gravidade (para evitar desequilíbrios perigosos);
• os equipamentos necessários, como o tipo de guindaste, capacidade dos cabos, cintas de amarração e qualquer outro acessório indispensável para a operação;
• o caminho que a carga percorrerá, desde o ponto de içamento até o destino, identificando possíveis obstáculos ou áreas de risco (como fiações elétricas ou estruturas frágeis);
• os protocolos de segurança, incluindo o que fazer em caso de emergência, sinalização da área e até condições climáticas ideais para a operação.

Qual a importância desse planejamento?

O plano de rigging é uma exigência legal prevista em normas como a NR-11 e a NR-18. No entanto, quando bem elaborado, ele também salva vidas. Afinal, acidentes com cargas pesadas costumam ser graves e totalmente evitáveis com um planejamento adequado.

Outro ponto a favor desse documento é que ele protege o patrimônio. Isso porque uma carga mal posicionada pode danificar equipamentos, estruturas ou até a própria peça que está sendo movimentada.

Todos esses fatores também levam a uma economiza de algo muito valioso: tempo e, consequentemente, dinheiro. A conta aqui é simples: operações sem imprevistos significam menos paralisações e retrabalhos.

Quando o plano de rigging é obrigatório?

Segundo a NR-11, o plano de rigging é exigido sempre que há movimentação de cargas que cumpram alguns requisitos. Negligenciar esses pontos pode colocar toda a obra em risco, assim como a segurança das pessoas envolvidas. Confira os principais, a seguir!

Quando o peso da carga é elevado

Não é qualquer equipamento que aguenta cargas muito pesadas. Se o material ultrapassa a capacidade normal de guindastes, empilhadeiras ou outros dispositivos de içamento, o plano detalhado é obrigatório. Por exemplo, içar gruas de aço de 10 toneladas numa construção de prédio alto exige cálculos precisos para evitar acidentes graves.

Quando a carga tem formato irregular

Materiais desbalanceados, frágeis ou com distribuição de peso desigual aumentam o risco de tombamentos ou quedas durante a movimentação. Isso se aplica a máquinas industriais, estruturas metálicas ou peças de concreto pré-moldado. Nesses casos, o plano de rigging define os métodos de amarração, equilíbrio e içamento para evitar falhas.

Quando o local é de difícil acesso

Obras em altura, espaços confinados ou áreas com obstáculos (como fiações, vigas ou outras estruturas) exigem um planejamento minucioso. Se a carga precisa ser posicionada em locais apertados ou com pouca margem de manobra, o plano de rigging ajuda a definir rotas seguras, ângulos de içamento e equipamentos adequados.

Quem deve elaborar o plano de rigging?

Esse documento deve ser desenvolvido por um profissional qualificado que conheça as normas e as capacidades dos equipamentos envolvidos. Pode ser um destes:

• engenheiro de segurança do trabalho;
• técnico em rigging certificado;
• responsável pela operação de içamento.

Atenção: também se deve treinar a equipe envolvida na operação e inteirá-la do plano antes do início dos trabalhos. Isso significa que é preciso repassar todas as informações aos interessados, de preferência com uma boa antecedência. Inclusive, em operações complexas, até mesmo um teste de carga pode ser necessário antes da execução.

Quais informações não podem faltar no plano?

Um plano de rigging eficiente deve conter alguns pontos fundamentais. Confira a seguir, quais são eles!

Dados da carga

Não adianta chutar ou estimar “mais ou menos” — você precisa das dimensões e do peso exatos da carga. Um erro aqui pode sobrecarregar equipamentos ou desbalancear tudo.

Também é indispensável identificar o ponto de equilíbrio (centro de gravidade), porque ele define como a carga será amarrada e suspensa. Se estiver errado, vai aumentar o risco de tombamento.

Equipamentos utilizados

Não basta qualquer guindaste ou grua. O plano deve especificar:

• qual modelo será usado e, principalmente, sua capacidade máxima (jamais trabalhe no limite!);
• espessura e tipo de cabos/cintas, uma vez que cada material tem uma resistência diferente.

Em relação à resistência, considere que um cabo de aço não é igual a uma sling de nylon, por exemplo. Caso utilize o errado, é possível que ele arrebente no meio do içamento.

Rota de movimentação

O trajeto não pode ser decidido na hora. É imprescindível mapear o caminho exato que a carga percorrerá, visando evitar obstáculos como fiações, estruturas ou outras máquinas.

Além disso, não deixe de fora a área de exclusão, ou seja, onde ninguém pode ficar durante a operação. Se algo cair, ninguém deve estar no raio de risco.

Medidas de segurança

Por fim, o plano deve indicar quais EPIs são obrigatórios (capacete, luvas, cinto de segurança etc.) e quem fiscaliza seu uso. Claro, também o que fazer se algo der errado — desde um cabo que começa a ceder até uma falha no equipamento. Ter um procedimento de emergência evita pânico e decisões erradas na hora H.

Quer um exemplo prático? Em uma obra que utiliza mobilização e desmobilização de equipamentos pesados, esse documento ajuda a evitar danos durante o transporte.

O plano de rigging é a garantia de que as operações críticas de içamento sejam realizadas com segurança e eficiência. Se sua empresa trabalha com movimentação de cargas, invista em um planejamento detalhado e em treinamento constante da equipe!

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