Composição de custos de serviços: entenda como fazer
Um dos procedimentos mais importantes em uma obra é o orçamento — afinal, quando bem-feito, ele permite se ter uma visão de como o projeto irá caminhar durante a sua execução.
Nele, é realizado o escopo de todo o projeto, no qual procura-se prever quais serão os custos envolvidos, bem como os prazos de execução. Porém, como o orçamento envolve diversos elementos, com inúmeros cálculos, ele exige uma atenção especial para que os erros sejam evitados ao máximo. Uma importante ferramenta que pode ser utilizada para auxiliar no processo de orçamentação é a composição de custos dos serviços que serão executados na obra.
A composição de custos unitária de serviços é um conjunto de informações que apresentam os insumos com seus respectivos consumos, necessários para a execução de uma unidade de serviço. Portanto, é extremamente importante conhecer essa ferramenta! Quer saber mais?
Continue a leitura e confira!
Para que serve a composição de custos?
A composição de custos de serviços é uma ferramenta relacionada à engenharia de custos, utilizada na elaboração de orçamentos de obras e serviços. Em geral, são considerados os índices de produtividade da mão de obra e o consumo de materiais e equipamentos para a execução de uma unidade de serviço.
A utilização da composição de custos unitários de serviços traz muitos benefícios na elaboração do orçamentos, tais como:
- Agilidade nos cálculos;
- Auxílio no dimensionamento de equipes;
- Auxílio na estimativa de quantitativos de materiais e equipamentos;
- Estimativa de prazos de execução.
Com a composição de custos, é possível se antecipar ás necessidades de insumos e estimar os custos diretos de cada serviço dentro de uma obra.
Alguns orçamentistas costumam utilizar bases como referência para a composição de custos, usando banco de dados como:
- O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI);
- A Tabela de Composições e Preços para Orçamentos (TCPO);
- DNIT entre outras.
A função delas é servir como referência, porém sem representar uma verdade única. Pois cada composição de custos é individual e necessita ser elaborada de acordo com suas condicionantes, tais como:
- Experiência e motivação da equipe;
- Clima;
- Dificuldades de acesso;
- Horário de trabalho e etc.
Quanto maior a experiência, por exemplo, maior é a habilidade e, consequentemente, melhor é a produtividade.
Portanto, é recomendado se basear em dados da sua empresa, apurando os índices de produtividade de mão de obra e o consumo de materiais e equipamentos nos serviços executados, a fim de criar o seu próprio banco de dados.
O que levar em consideração para montar a composição de custos?
Para elaborar uma composição de custos, primeiramente deve-se saber a descrição do serviço e sua respectiva unidade de referência. Em seguida deve-se levantar os insumos necessários para a realização deste serviço, são eles:
- Funções dos profissionais;
- Materiais e os equipamentos juntamente com suas unidades de medidas;
- Custos unitários.
É importante que essas informações estejam organizadas para facilitar os cálculos.
Para te ajudar, vamos apresentar como exemplo a composição do serviço “Aplicação manual de massa acrílica em paredes externas de casas, duas demãos” da base SINAPI. Acompanhe!
Segue abaixo explicação dos componentes da tabela de composição acima.
Com base nos índices do exemplo acima, é possível calcular a produtividade da mão de obra e o rendimento dos materiais, conforme tabelas abaixo:
Como fazer uma boa composição de custos?
1. Conheça o serviço
É importante conhecer e identificar o nome do serviço, bem como sua unidade de execução. Faça uma descrição detalhada, onde seja possível entender o método e os processos de execução.
Exemplo: Alvenaria de embasamento em tijolos cerâmicos maciços 5x10x20cm, assentado com argamassa traço 1:2:8 (cimento, cal e areia). Unidade de execução: m³.
2. Identifique os insumos
Após descrever o serviço, identifique a mão de obra, os matérias e os equipamentos necessários para a sua execução.
Exemplo:
- Mão de Obra: Pedreiro e Servente
- Materiais: Tijolo cerâmico maciço 5 x 10 x 20 cm; Argamassa traço 1:2:8 (cimento, cal e areia média)
- Equipamentos: Nenhum
3. Levante os custos dos insumos
É necessário levantar os custos diretos dos insumos, tais como salários e encargos da mão de obra e o valor de compra dos materiais.
Exemplo:
- Custos Mão de Obra (salário + encargos): Pedreiro: R$16,81/hora; Servente: R$12,01/hora
- Custos Materiais: Tijolo cerâmico maciço de 5 x 10 x 20 cm: R$0,27/unidade; Argamassa traço 1:2:8 (cimento, cal e areia média): R$317,70/m³.
4. Calcule o consumo dos insumos
Ainda mais, para calcular a produtividade da mão de obra, é necessário acompanhar a equipe na execução do serviço. Marque quantas horas dos profissionais são necessárias para a realização de uma unidade do serviço. Veja também o quanto de materiais foi gasto para essa unidade de serviço.
Exemplo:
- Produtividade da Mão de Obra: 1 Pedreiro e 1 Servente gastaram 21 horas para fazer 3 m³ do serviço.
- Rendimento dos Materiais: Foram gastos 2.385 Tijolos cerâmicos maciços de 5 x 10 x 20 cm e 0,855 m³ de argamassa traço 1:2:8 (cimento, cal e areia média) para a execução de três m³ do serviço.
5. Encontre os Índices
De posse das informações levantadas anteriormente, é possível calcular os índices de consumo de cada insumo para a execução de uma unidade de serviços.
Exemplo:
6. Encontre o preço unitário do serviço
Após encontrar o índice de consumo dos insumos, basta multiplicar pelo seu custo unitário para encontrar o custo total de cada insumo. Somando-se o custo total de cada insumo, encontra-se o custo total de uma unidade do serviço.
A fim de se chegar ao total de custos diretos do orçamento da obra, deve-se multiplicar os custos unitários dos serviços obtidos nas composições pelos seus respectivos quantitativos levantados.
Apesar dos custos indiretos não entrarem nas composições unitárias dos serviços, é importante considera-los para o fechamento dos custos totais do orçamento da obra, bem como o acréscimo do lucro esperado pela empresa. Para isso utilize a ferramenta de BDI – Bonificação das Despesas Indiretas.
Conclusão
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