Mais Controle - Sistema de Gestão de Obras

Produção Puxada e Empurrada: Saiba a diferença e veja exemplos

Última atualização: 26/03/2025 | 8 min. de leitura

Você sabe quando usar a produção puxada ou empurrada? Cada modelo tem impacto direto na eficiência e nos estoques. Descubra as diferenças e veja como aplicar na sua obra!

Por Marcel Ribeiro

Na gestão de produção, as abordagens de produção empurrada e puxada representam dois modelos fundamentais para o gerenciamento do fluxo de materiais e produção de bens. Ambos têm como objetivo otimizar a produção e garantir a eficiência nos processos, mas operam de formas distintas.

Como muitas pessoas têm dúvidas a respeito dos dois temas, separamos abaixo quais são as diferenças entre esses dois métodos, alguns exemplos práticos de aplicação em vários setores, incluindo a construção civil.

E, além disso forneceremos dicas de como implementar cada modelo de acordo com as necessidades do projeto e os objetivos de produtividade.

O que é produção puxada?

A produção puxada nada mais é que um modelo de gestão de produção onde a produtividade inicia com base na demanda real do cliente ou das próximas etapas do processo. Ou seja, só se produz os produtos ou serviços quando há uma necessidade direta para eles.

Isso ajuda a evitar o excesso de estoque e reduz o desperdício, já que nada é produzido sem que seja necessário. As principais características são:

  • produção é iniciada com base no consumo real;
  • minimiza estoques, já que a produção ocorre conforme a demanda;
  • envolve um controle rigoroso do fluxo de trabalho;
  • a demanda “puxa” a produção para atender a necessidades específicas.

Um exemplo prático é de um sistema Just-in-Time (JIT), que se utiliza muito na indústria automotiva, nele se ajusta a produção de peças conforme a quantidade necessária para as montadoras, evitando a produção excessiva.

O que é produção empurrada?

A produção empurrada, funciona com base em previsões de demanda. Nesse modelo, a produção é iniciada de forma planejada, independentemente da demanda real.

Ou seja, os produtos são produzidos com base em estimativas ou previsões de vendas e depois “empurrados” para o mercado ou para o próximo processo. As principais características são:

  • a produção ocorre com base em previsões;
  • a empresa cria um estoque com a expectativa de que os produtos serão vendidos posteriormente;
  • existe uma pressão constante para garantir que a previsão de demanda esteja correta para evitar superprodução ou escassez;
  • o foco está na eficiência da produção, com menos controle sobre o que será necessário a curto prazo.

Um exemplo prático é de um supermercado, onde a produção de alimentos ou produtos pode ser empurrada para as prateleiras com base nas estimativas de vendas semanais, sem considerar uma demanda exata no momento da produção.

Quais são as principais diferenças entre essas abordagens de gestão de produção?

As principais diferenças entre as abordagens de gestão de produção puxada e empurrada se concentram principalmente em como o processo de produção é iniciado, controlado e como os estoques são gerenciados. A seguir, detalharemos as diferenças entre essas duas abordagens. Veja!

Início da produção

A produção puxada é iniciada pela demanda real do cliente ou pela necessidade da próxima etapa do processo. Ou seja, a produção só acontece quando há um pedido ou necessidade específica, sendo “puxada” para atender a uma demanda imediata.

Já a empurrada se inicia com base em previsões ou estimativas de demanda. Fabrica-se os produtos em antecipação ao que será necessário e, depois, “empurrados” para os estoques ou para o próximo estágio do processo de produção.

Gestão de estoques

A estratégia de gestão de estoques puxada foca em estoques mínimos. Como a produção ocorre conforme a demanda real, mantém-se os estoques em níveis baixos para evitar o desperdício e o excesso de produção.

A produção empurrada geralmente resulta em estoques maiores, pois fabrica-se os produtos com base em previsões e, muitas vezes, estoca-se até que sejam necessários para venda ou para o próximo estágio do processo de produção.

Flexibilidade e resposta à demanda

Na produção puxada é tudo mais flexível, pois pode se adaptar rapidamente a mudanças nas necessidades ou no comportamento do cliente. O sistema reage diretamente à demanda, o que permite ajustes rápidos.

Já na produção empurrada é menos flexível, já que se planeja a produção antecipadamente com base em previsões, o que pode causar dificuldades para ajustar rapidamente à mudança nas necessidades ou flutuações inesperadas na demanda.

Previsões e planejamento

A produção puxada, não depende de previsões detalhadas. Ajusta-se a produção conforme a necessidade real, sem a necessidade de uma previsão de longo prazo.

Já a produção empurrada é por meio de previsões que é feita a produção. Isso pode resultar em desafios se as previsões estiverem incorretas, causando tanto a escassez de produtos quanto o excesso de inventário.

Quais são alguns dos exemplos práticos de aplicação em diferentes setores?

Existem muitos exemplos que podem ser citados. Abaixo separamos alguns. Confira!

Indústria Automotiva

A Toyota, um dos maiores exemplos de aplicação do sistema Just-in-Time (JIT), utiliza a produção puxada para reduzir estoques e melhorar a eficiência.

Algumas montadoras, quando não utilizam o JIT, podem produzir carros em grandes lotes baseados em estimativas de demanda do mercado, colocando o produto no estoque até que seja vendido, isso no caso da produção empurrada.

Varejo

Supermercados e lojas de e-commerce podem utilizar a produção puxada para fornecer produtos de acordo com as compras realizadas, garantindo que não haja excessos de estoque e minimizando perdas.

Grandes marcas de roupas, por exemplo, usam a produção empurrada, pois podem produzir suas coleções de acordo com as previsões de vendas para as diferentes estações do ano.

Indústria de tecnologia

Empresas de tecnologia, como a Apple, muitas vezes utilizam a produção puxada para fabricar smartphones e outros dispositivos, com base na demanda específica de cada modelo.

Grandes fabricantes de chips podem produzir em grandes quantidades antecipadas, com a produção empurrada, com base em estimativas de demanda para vários meses.

Construção civil

Em projetos de construção, a produção puxada pode ser aplicada para gerenciar o fluxo de materiais e recursos.

Por exemplo, no gerenciamento de projetos de construção de prédios, a entrega de materiais só ocorre quando a obra atinge a fase que precisa dos materiais, minimizando desperdícios e evitando que o estoque de materiais fique obsoleto.

No caso de obras de larga escala, pode-se usar a produção empurrada, e comprar os materiais em grande quantidade com base em um cronograma de construção planejado, antecipando a necessidade e evitando a interrupção do fluxo de trabalho.

Quais são as melhores dicas sobre como implementar cada método dependendo do tipo de projeto e objetivos de produtividade?

Na produção puxada podem ser seguidas algumas dicas, tais como:

  • monitorar a demanda constantemente – utilize tecnologias como ERP e sistemas de gestão de produção para monitorar em tempo real as necessidades de produção;
  • reduzir os estoques – invista em uma cadeia de suprimentos eficiente que permita a entrega de materiais e componentes apenas quando necessário, com foco na redução de custos e desperdício;
  • adotar práticas de fluxo contínuo – focar em um fluxo contínuo e sem interrupções no processo de produção para aumentar a eficiência.

Não se esqueça de capacitar a equipe garantindo que os profissionais envolvidos na produção possam responder rapidamente a mudanças nas demandas.

Já na produção empurrada é preciso seguir outros passos, tais como:

  • previsões de demanda precisas – invista em ferramentas de análise de dados para prever a demanda com o máximo de precisão possível, minimizando o risco de superprodução ou escassez;
  • atente-se à eficiência de produção – maximize a eficiência e a produção em massa, garantindo que os processos sejam rápidos e otimizados.

Vale a pena lembrar de que se deve fazer ajustes regulares nas previsões onde precisa se acompanhar o desempenho de vendas e ajustadas as previsões para garantir que a produção esteja alinhada com as flutuações do mercado.

Portanto, agora que você já sabe como é a produção empurrada e puxada não deixe de usar a mais ideal na obra onde trabalha. Dessa forma, você terá sucesso em seu trabalho e o empreendimento se destacará em meio aos concorrentes.

Quer saber mais sobre gestão de obras? Confira os conteúdos em nosso blog!